13 de maio de 2009

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS EM SILVES: 3 MULHERES NA CORRIDA

Não fazia parte dos meus planos falar tão cedo das eleições autárquicas no Concelho de Silves: todavia, quando chegaram aos meus ouvidos as movimentações que têm havido por aí; quando badalam alguns nomes de pessoas que me dizem estarem nos planos de alguns cabeças de lista de certos partidos, para integrarem as suas listas; quando já se conhecem os nomes que acompanham a mais que “derrotada” Lisete Romão; e, quando comecei a ver escritas algumas coisas, no mínimo engraçadas, em alguns blogues, não resisto sem escrever algo sobre o assunto.

Começando pelo Bloco de Esquerda: é por demais sabido que será o Eng.º Carlos Cabrita, mais uma vez, “a levar a cruz” na procissão; aliás, missão muito do seu agrado e que só ele com a sua capacidade de trabalho, grande sacrifício e dedicação à causa, é capaz de o fazer. Ainda que o seu partido tenha dado agora um “tiro no pé”, com o seu voto favorável na lei anti-corrupção de José Sócrates e seus boys, é provável que Carlos Cabrita e seus companheiros de luta tenham mais alguns votos daqui a poucos meses mas, não serão tantos como já disse uma vez o ex-arauto do reino Soarista, Artur Linha.

No PCP ou CDU, vulgo Partido Comunista, as coisas não foram fáceis: aliás, a situação arrasta-se, ou melhor, tem vindo a piorar, desde que ficaram órfãos do “brilhante político e carismático líder” José Viola: e mais ainda, com o êxodo dos seus votantes nas últimas eleições autárquicas, em que os Silvenses comunistas de grandes e quase seculares convicções se converteram praticamente quase todos ao PIS (Partido de Isabel Soares).
Neste momento e após equacionados e discutidos vários nomes, recaiu sobre uma mulher a escolha; é inédito, até no país, que os cabeças de lista dos três maiores partidos sejam mulheres: não se pode divulgar ainda o nome, no entanto pode-se revelar que não é Margarida Ramos, mais que não fosse para não fazer essa desfeita ao seu marido, o Vereador “Independente” Manuel Ramos, o qual diz que não está disponível em virtude do cansaço e dos seus afazeres profissionais, embora haja quem diga que não se quer arriscar a ficar mal visto e querer guardar-se para 2013; e o Partido irá nessa? Muito breve será apresentada a lista numa reunião.
Temos contudo que dar a mão à palmatória e dizer que os membros do Partido na Assembleia, bem como o vereador que o representa na Câmara, desempenharam o seu papel como há muito não acontecia em Silves.

O PS de Silves, ou melhor, Lisete Romão e a trintena de militantes que continuam a alimentar a existência de um “Bloco Central” no concelho de Silves, sim os tais que em Outubro próximo, segundo dizem, vão levar uma vassourada do partido, apresentaram, há bem pouco tempo, a lista para concorrerem às eleições autárquicas.
Sabe-se que a senhora bateu a várias portas mas nenhuma se abriu, assim como sei que falou com várias pessoas, que as convidou, e que levou tampas atrás de tampas. Então a senhora estava à espera que o maior “submarino” de Isabel Soares dentro do PS desde 1997, sim estou a referi-me ao Nuno Silva, aceitasse mais uma vez ir na lista? Então quem lhe deu o emprego que tem hoje? Em 2005 estava na lista só para fazer número, ou ainda não percebeu? Abandonou depois a lide partidária …porquê?
O candidato à chefia da Assembleia é novamente João Ferreira: o homem que diz estar cansado, mas que está com qualquer candidato desde que lhe dê um lugar; que ficou “preso” com Isabel Soares, desde que a senhora lhe arranjou um emprego p’ró filho num banco, mas que o rapaz recusou; que come as papas na cabeça da CDU na Assembleia e na Comissão permanente da mesma, até parece que ficaram resquícios dos tempos em que colaborava na elaboração do Programa Eleitoral dos Comunistas e outras recordações de Monchique em tempos de PREC; enfim o homem de mão de Miguel Freitas, provavelmente por recordações quando fez a casa em Armação de Pêra.
O grande trunfo de Lisete Romão, ao que parece, é o candidato à vereação, Mário Maximino, funcionário da EDP, uma escolha à semelhança da líder. A senhora mais uma vez surpreende toda a gente: será que dos cerca de 30 mil eleitores, esse personagem foi o único que aceitou acompanhá-la na lista? Com franqueza!
A grande novidade desta lista da médica Silvense é o Eng.º Fernando Sequeira. Pela forma como este senhor engenheiro pôs em causa em plena Assembleia, academicamente falando, a intenção da Câmara fazer o favor a Carlos Monjardino e a mais quem não se sabe, de comprar a Fábrica do Tomate pelos 2 milhões de euros, parece estarmos em presença de um técnico competente. E de política caro Fernando, em que ponto estamos? E de conhecimento das realidades do concelho nas mais variadas vertentes? E o caro Fernando sabe com quem se está a meter? Olhe que a aposentação tem outras formas bem mais agradáveis para ser gozada que não a política.

O PIS – Partido de Isabel Soares:
A Presidente da maior Instituição de Caridade Social do Concelho de Silves, leia-se, da Câmara Municipal, ao contrário do que muita gente julga, também não tem a tarefa facilitada em elaborar a sua lista. Por mais grotesco que pareça o leque de personagens “altamente qualificados politicamente, profissionalmente com provas dadas, desinteressados, enraizados na sociedade e acima de tudo impolutos”, que acompanham e rodeiam Isabel Soares, pelo seu número excessivo, está a criar dificuldades à senhora em fazer a escolha, principalmente, porque não quer melindrar este ou aquele.

Quantos aos três já agraciados com a caridade e que compõem o actual elenco governativo, Rogério Pinto, Domingos Garcia e José Manuel Alves, a senhora Presidente já fez convite ao conhecido Egas Moniz, mas este declinou a “honra”, pois ainda não consegue enfiar uma agulha no tal sítio, com o susto que apanhou com o caso Viga D’Ouro; acrescentaríamos também que já conseguiu os seus objectivos que eram: construir uma casa, comprar um jeep, empregar e casar o filho e arranjar-lhes emprego e, aumentar a reforma que tinha do Banco a qual não lhe dava para sobreviver. Rogério Pinto, cujo convite da madrinha na altura lhe aliviou momentaneamente os “problemas” que tinha na escola de Armação de Pêra, conseguiu também arranjar emprego para a sua “amiga secretária” e para o filho; este animador de pista e piropeiro mor das meninas da Câmara, tem muitas hipóteses de em Outubro estar de novo no plantel. Após uma preciosa colaboração neste executivo, o José Manuel “Caçapo”, que estava em maus lençóis – praticamente nem reforma tinha – quando I.S. lhe deu a mão, arranjou uma reforma, emprego para a filha e para a sobrinha, vai certamente voltar a escriturário de algum empresário Messinense.

Para as duas ou três vagas que se abrem existem inúmeros candidatos carenciados, no entanto, de todos eles, é o “expert” Tónica Pontes que se aponta como o preferido de Isabel Soares, pelo seu perfil (contorno do rosto visto de lado): após ter sido convidado a desaparecer, pela Direcção do Banco Santander em Portimão, o amigo José António Silva (irmão da senhora) nomeou-o director geral da Fábrica do Inglês e da Alicoop onde tem desempenhado com brilhantismo a sua função (foram ambas à falência).

Fala-se também que o moço de recados daquelas empresas, sim o Luís Luz que veio corrido de Albufeira; mais os olhos e ouvidos da senhora na cidade, sim o “Estimado” das cautelas; mais o pai da Politóloga que entrou na Câmara para recortar os jornais e fazer de bábá das netas da senhora, poderão também fazer parte das listas, especialmente pelos bons serviços prestados à causa Soarista.

De uma das células do PIS – Partido de Isabel Soares - Os Bombeiros Voluntários de Silves, pode vir uma surpresa; aguardemos para ver.

A maior novidade e grande trunfo da senhora dizem ser o regresso de José Paulo de Sousa. Muito longe de ter passado a carenciado pelo facto de a Caixa Agrícola de Messines não lhe ter concedido o lugar na direcção que merecia - como benemérito daquela instituição -, a ganhar 3 mil euros por mês e usufruir de uma viatura topo de gama. O seu regresso, que é aguardado ansiosamente por todos os funcionários, prende-se pelo facto de pretender pagar uma dívida de gratidão e de poder integrar uma lista que nada tem a ver com o PSD, partido ao qual pediu a sua desvinculação.

UM ELEITOR

CRÓNICA DE NOVA IORQUE

Começo por agradecer a todos os que tiveram a amabilidade de me felicitar pelo nascimento da minha neta Bruna, a começar pela minha prima Gabriela Martins que aqui publicou um post a este propósito. Não o fiz mais cedo porque, infelizmente, nem tudo correu bem no pós - parto. Agora está tudo ok e é altura de voltar ao contacto convosco.

Vou escrever ao sabor do coração, da razão e do que me vai na alma, sem qualquer preocupação em ser “politicamente correcto”, ou que reacções às minhas palavras poderão provocar naqueles que as lerem.

Continuo triste e amargurado e a acreditar que tinha todas as possibilidades de ganhar a próxima eleição autárquica, com um projecto de mudança várias vezes aqui explicitado. Estou resignado, mas revoltado e sempre que penso no nosso Concelho sinto uma sensação de impotência que me causa um profundo mal - estar.

Constato, com tristeza, que voltámos à estaca zero. Abri este blogue ao debate de ideias e de preocupações e tirando o senhor Américo Cabrita, mais nada. Significa isto que – e digo-o com vaidade – o “safanão” que provoquei com o blogue e a carta que enviei aos eleitores do Concelho de Silves, transformou-se de facto numa realidade concreta goste-se ou não da minha pessoa ou das minhas ideias. Ao sair da corrida eleitoral tudo voltou à “normalidade”.

Mas a verdade é que de boas intenções está o inferno cheio. Quiseram que eu fosse candidato independente e cheguei a julgar que isso poderia suceder, A verdade é que das vontades manifestadas aos actos pouco ou nada se passou. Cheguei a escrever aqui que estava aberto a receber todas as assinaturas necessárias. Nada aconteceu. A verdade é que mesmo aqueles que se diziam meus apoiantes se acomodaram perante a decisão tomada pelo Partido Socialista. Nunca, e em momento algum, senti que existissem condições para avançar com uma candidatura fora dos aparelhos partidários.

A minha consolação é saber que “mexi” com o sistema e atenção que quando falo em sistema não estou a pensar apenas em Isabel Soares e no PSD. A minha candidatura assustou todos os directórios partidários locais e sobretudo o “Partido dos Funcionários da Câmara Municipal de Silves”.

Já o disse recentemente na SIC, e repito-o agora que o PS não me quis como candidato por questões de “aparelho” e de “outros interesses” de que não vale a pena falar agora. A sondagem foi um pretexto e ainda por cima foi mal lida.

Agora Isabel soares está nas suas sete quintas. Não tem que se preocupar com nada, tem dinheiro para gastar, pode acabar todas as suas importantes obras e deixar os últimos quinze dias do seu mandato para fazer campanha eleitoral.

Como aqui escreveu Américo Cabrita – e curiosamente não mereceu a habitual atenção – a aprovação do empréstimo dos 15 milhões constitui o dobrar a finados da oposição. Até dá para comprar a Fábrica do Tomate que só em obras para se adaptar ao que a senhora Presidente pretende custará duas ou três vezes mais do que vai ser pago à Fundação Oriente.

Vamos ter portanto obra sobre obra, incluindo as inauguradas em 2005 e preocupa pouco a Isabel Soares saber onde é que irá buscar o dinheiro para cumprir os encargos com o serviço da divida à banca.

Enquanto militante do Partido Socialista e cidadão de pleno direito deste concelho quero dizer-vos que irei assistir e participar à minha maneira na campanha eleitoral que se avizinha. Sou militante do Partido Socialista, mas antes disso sou cidadão livre e continuarei a exercer, em toda a plenitude, os mesmos direitos de cidadania.

Gostava de terminar esta minha crónica de Nova Iorque dizendo-vos duas coisas:

1 - Não sou, nunca fui, nem nunca serei, homem para desistir nos combates em que me envolvo;

2 - Dito Isto vão ter que continuar a contar comigo e cá estarei para ir à luta sempre que se justifique.

Quero Servir Silves e vou continuar a Servir Silves.


António Carneiro Jacinto

parabéns ,António!

A família Carneiro Jacinto cresceu ... a Bruna ,neta de António Carneiro Jacinto ,nasceu ,esta madrugada ( hora de Lisboa ) em Nova Iorque
Conhecendo.o ,como o conheço ,sei que neste momento ,uma enorme alegria - que gostaria de partilhar com todos os amigos que foi criando ao longo dos últimos dois anos ,vividos com mais intensidade ,em Silves - o envolve
Sei ,igualmente ,que muitos desses amigos gostariam de o felicitar ,pessoalmente ,e com ele partilhar este momento único - o nascimento da sua ( dele! ) primeira neta
Silves e Nova Iorque ,todavia ,distam ,e ,Carneiro Jacinto não goza ,ainda ,do princípio da ubiquidade .Não é que não gostasse ,creio!!!
Também sei que Bruna será uma criança feliz .Tem uns pais magníficos ,um irmão espertíssimo ( tem a quem sair , o miúdo! ) e uns avós babadíssimos
Lembro.me como os olhos do António brilhavam ,quando falava do neto ,dele contava histórias ou com ele partilhava momentos e pequenas conversas .Lembro.me como ,ansioso ,esperava a neta .Agora tem.na bem perto de si e imagino as cenas...de felicidade ,partilhada com quem mais adora - o seu pequeno núcleo familiar
Deste lado do oceano ,duma cidade muito pequenina para a capital do mundo ,um enorme beijo de parabéns
Maria Gabriela.

O EMPRÉSTIMO E A GOLPADA - FINAL

Face ao elevado montante do empréstimo que Isabel Soares pretendia contrair (15 milhões de euros), a Comissão Permanente da Assembleia Municipal, pretensiosamente, solicitou à Senhora Presidente que, conjuntamente com a documentação sobre o empréstimo lhe fosse apresentado um Plano de Contenção de Despesas.

Como é habitual, a Senhora não apresentou rigorosamente nada. Só que, desta vez, não foi apenas porque ignora totalmente a Comissão Permanente e a Assembleia Municipal. Isabel Soares não apresentou qualquer Plano porque:

1º. Nada é planificado naquela casa;
2º. Não tinha plano nenhum;
3º. Não apresentou um Plano porque, …NÃO PODE!

NÃO PODE porque, como todos sabemos, é ano de eleições e a Senhora tem que assegurar os seus votantes e, seja de que maneira fôr, angariar mais alguns; é tão simples como isto, até porque:

Contenção de Despesas significaria, por exemplo, o seguinte:

Ω - Como o exemplo deve vir de cima; começar a própria Isabel Soares a pagar do seu bolso e não a Câmara (com o dinheiro de todos nós), as multas de excesso de velocidade com que é penalizada nas suas deslocações a Lisboa na viatura do Município. Quando o mesmo acontece com funcionários “da côr”, paga a Câmara e os outros, pagam do seu bolso.

Ω - As multas que a Câmara paga, por falta de inspecção das viaturas, deveriam ser pagas pelos responsáveis (Ex-Chefes de Parque de Máquinas, há pouco promovidos a Encarregados de Tráfego pelos excelentes serviços prestados) por as mesmas andarem a circular sem a inspecção efectuada.

Ω - Por falar em viaturas; acabar com os privilégios de alguns funcionários que utilizam as viaturas da Câmara para ir buscar os meninos à escola; as senhoras a casa para ir trabalhar e almoçar; acabar também com o regabofe de funcionários a ir almoçar a dezenas de km de distância, nas viaturas da Câmara e receberem na mesma as ajudas de custo.

Ω - Acabar com alguns avençados que só existem por causa do voto, nomeadamente o enfermeiro Vila Nova (a Câmara tem um médico avençado que dispõe também dos serviços de enfermagem e o Centro de Saúde presta os mesmos serviços à borla); a Câmara já tem um gabinete jurídico com 3 juristas e mais a Dra. Leonor Bentinho como avençada, não se justifica portanto a avença ao Dr. João Aires; a Câmara tem um Eng. Electrotécnico, não se justifica portanto a avença ao Eng. António José Matos para apreciar projectos, até aqueles que o próprio faz na sua empresa (Pefe Lda.) e fornece à Câmara.

Ω - Acabar com as Horas Extraordinárias a 100% “oferecidas” a chefes de secção (que até têm isenção de horário), a chefes de secção que nas horas normais de trabalho andam na faculdade e depois trabalham (?!) aos fins de semana a ganhar horas a 100%, a técnicos superiores, a encarregados, etc., etc. e todas as que são feitas a dias normais mas apontadas como trabalho ao fim de semana.

Ω - Fazer um rigoroso estudo ao “Custo/Benefício” (para o Município e munícipes em geral e não para a manutenção dos votantes de Isabel Soares), dos alegados eventos culturais, tipo Simone de Oliveira a ler um livro e outros parecidos, que a Câmara leva a efeito, somente para a vintena de intelectuais da nossa praça, que têm lugar na Biblioteca, na Igreja da Misericórdia, etc.

Ω - Fazer um rigoroso estudo ao “Custo/Benefício” (para o Município e munícipes em geral não para a manutenção dos apoiantes de Isabel Soares), aos passeios, às festas, festarolas e romarias e respectivos almoços e jantares outrora na Fábrica do Inglês e agora no restaurante Atrás dos Muros que também é da “cor”.

Muitos mais exemplos poderiam ser dados acerca das razões porque Isabel Soares NÃO PODE pôr em prática um Plano de Contenção de Despesas e como disse o fiscalista Saldanha Sanches “As Câmaras que não fizerem contenção de despesas, dentro de um ano estarão na mesma ou ainda pior, financeiramente”. Ainda a propósito do endividamento disse Cavaco Silva –“Os governantes não têm o direito de passar para as gerações futuras um fardo tão grande”.

A OPOSIÇÃO


Ao iniciar a apreciação do comportamento da chamada "Oposição"!!!, ao executivo no poder na Câmara Municipal de Silves, sobre a questão do empréstimo e, porque não fazê-lo, desde que o PIS (Partido de Isabel Soares) está na liderança há quase doze anos, ocorreu-me uma frase de Napoleão Bonaparte que diz assim: - "Nunca interrompas o teu inimigo enquanto estiver a cometer um erro".
Quando se lê estas palavras de Napoleão poderá levar a pensar-se: - "Será que todos temos andado equivocados com a actuação da Oposição Silvense a Isabel Soares? Será que a aparente actuação da Oposição, ou a sua inexistência, nestes doze anos, afinal, mais não é que a natural consequência de uma inteligente estratégia?
Não caros amigos, não é nada disso porque, infelizmente, também em Silves, como diria o outro -"A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem".
O empréstimo é um erro. Os Orçamentos têm saído todos errados. A gestão do Município, a todos os níveis, constitui um erro colossal e a Oposição! não entende que, como diz Paulo Baldaia, -"Despejar milhões numa economia endividada é como tratar uma cirrose de um alcoólico com mais uma garrafa de vinho e outra de uísque".
Em Silves, porque não entendem nada do que é ser Oposição, quem tem estado a cometer o maior erro é a própria Oposição ao dar cheques em branco à Senhora.
Em Silves, em dia de reunião da Assembleia Municipal, quando vejo os chamados "Deputados Municipais" a dirigirem-se todos ufanos, com uns papéis debaixo do braço, recordo-me sempre daquela que diz -" Se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave dum palheiro".
Em Silves, nenhuma lógica faz sentido, está tudo ao contrário: quando se diz que "Nenhum governo pode ser sólido por muito tempo se não tiver uma oposição temível", Isabel Soares está cada vez mais sólida, pois tem uma oposição que não mete medo a ninguém.
Américo Cabrita


O EMPRÉSTIMO E A GOLPADA - III

Após ter abordado, por duas vezes, o assunto do empréstimo que a Câmara de Silves contraiu, tenho que dizer, mais uma vez, que daria o meu apoio incondicional se vislumbrasse no passo dado, uma clara e inequívoca intenção de:

1. Proceder-se ao saneamento financeiro do Município.
2. Reduzir de forma estrutural e significativa os prazos de pagamento a fornecedores de bens e serviços.
3. Elaborar e pôr de imediato em prática, um Plano de Contenção de Despesas.

Estes são os pontos essenciais para pelo menos dar outra imagem de respeitabilidade e credibilidade ao Município de Silves.
Todavia, o meu cepticismo em acreditar que é uma tarefa exequível, por parte deste executivo, prende-se com um ponto, tanto ou mais importante que os três acima citados, que é saber-se Como vai a Câmara Pagar o Empréstimo?
Se não vejamos:

a) O facto de se ter ainda alguma capacidade de endividamento não significa que tenhamos disponibilidade financeira para fazer face aos compromissos existentes ou a assumir.
b) Os Orçamentos do Município nos últimos anos foram todos elaborados com base numa presunção de receitas que não se vieram a verificar. O Orçamento para 2009, com a crise que se verifica, aponta para que a irresponsável presunção das receitas previstas no mesmo seja um autêntico desastre.
c) As verbas que a Câmara recebe anualmente da Administração Central não chegam para pagar os salários. O défice de cerca de 3 milhões de euros vai buscá-los às receitas correntes.

Como os exemplos apontados muitos outros poderiam ser aqui apresentados que comprovam facilmente as dificuldades financeiras do Município de Silves. A própria senhora Presidente, como se recordarão, até confirmou em plena Assembleia Municipal que não pagava aos fornecedores e empreiteiros porque não tinha dinheiro; chegou ao desplante de dizer que não pagava a certo credor, porque ele não pedia o dinheiro e porque talvez o dinheiro não lhe fizesse falta, depois ficámos em primeiros da lista como o Município que mais tempo levava a pagar..

Não nos podemos esquecer também que a Câmara, para ter algum fundo de maneio diário, não paga à Águas do Algarve e à Algar, o dinheiro que os munícipes pagam todos os meses pela água que consomem e pelo lixo que fazem; depois aparece a dívida àquelas entidades e pagamos pelos mesmos serviços prestados, a dobrar e com juros altíssimos.

Não é necessário ter uma licenciatura em gestão ou economia para se saber que a Câmara de Silves não tem, nem vai ter nos tempos mais próximos, condições para pagar a tempo e horas. Assim sendo, o facto de irresponsavelmente dizerem que a capacidade de endividamento ainda não está esgotada até parece anedótica pois esta Resolução do Concelho de Ministros, pela qual a Câmara consegue este empréstimo, tem penalizações e de nada servirá essa capacidade de endividamento; basta recordar-se o que diz o nº.23 da Resolução –“Determinar a impossibilidade de assumpção de novos compromissos pelos serviços e pelos organismos da administração directa e indirecta do Estado com prazo médio de pagamentos superiores a 90 dias, salvo se tiverem reduzido o prazo de pagamento no mínimo para aquele limiar”.

Não é por acaso que a Câmara de Silves é uma das autarquias que mais resiste à passagem da exploração em baixa da água e dos esgotos para as Águas do Algarve. Para além de os munícipes deixarem depois de vir ao "beija mão" da Senhora Presidente, quando precisem de água ou de qualquer outro serviço de saneamento e de Isabel Soares não poder fazer promessas eleitorais ou apresentar como obra feita a colocação de condutas de água aqui ou acolá, a Câmara não verá entrar diariamente nos seus cofres (que depois não paga) o dinheiro para fazer face às festas e romarias e outras despesas mais consentâneas com os propósitos da Senhora.

Por todas estas razões e também pelo facto de Isabel Soares não saber se o desequilíbrio financeiro da Câmara é conjuntural ou estrutural, como o demonstrou na famigerada Assembleia Municipal em que foi aprovado o empréstimo (a discussão com a sua chefe de contabilidade ali presente assim o demonstrou), não posso e não podem os munícipes do Concelho dar o aval a tão arriscado e irresponsável “golpe” que é o empréstimo.

Falta ainda falar do Plano de Contenção de Despesas e da Oposição. Fá-lo-ei brevemente.


Américo Cabrita

O EMPRÉSTIMO E A GOLPADA - II

Na primeira parte em que me debrucei sobre este tema do empréstimo de 15 milhões de euros, que o executivo da Câmara de Silves propôs à Assembleia Municipal e que a mesma viria a aprovar, reproduzi algumas das passagens ocorridas nessa Assembleia as quais, por muito que custe a todos nós, não foram tiradas de um contexto; elas espelham fielmente o quão deprimente é constatar-se o nível a que chegou a classe política do Concelho de Silves.

Esta realidade, por si só, é mais que suficiente para se perceber a razão do estado em que estamos; daí que, já no outro post digo que não foi nenhuma surpresa este passo de Isabel Soares, autêntica fuga para a frente, face à situação financeira em que colocou o Município de Silves e, perante a inexistência de qualquer dinheiro em cofre para tentar ainda lavar a cara perante os munícipes de São Marcos da Serra e especialmente de Armação de Pêra, com as obras prometidas.

A fuga para a frente só poderia surtir qualquer efeito através de uma “golpada” e para que esta fosse possível, só através de um empréstimo e uma bem urdida engenharia financeira com o mesmo.
Miraculosamente, a Resolução do Conselho de Ministros nº. 191-A/2008 de 27 de Novembro veio permitir à Câmara contrair esse empréstimo.

Então, Isabel Soares, encarregou os serviços de contabilidade de estudarem as possibilidades da Câmara se candidatar ao denominado Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado e foi apurado que o Município podia candidatar-se a um empréstimo de 15 milhões de euros, o que veio acontecer.
Simultaneamente, fez o apuramento das dívidas da Câmara e apuraram que são cerca de 17 milhões de euros.

Daria o apoio incondicional à contracção do empréstimo, não fosse o mesmo ser pedido por quem o faz. Não estou a fazer nenhum julgamento de intenções porque, em doze anos de governação, Isabel Soares, nunca teve, em qualquer circunstância, um critério político de transparência; nem o seu padrinho Cavaco Silva com os seus recados de “falar verdade” a consegue demover das suas atitudes.

Eis pois a “Golpada”:

A dívida apresentada é de 16.932.507,12 milhões de euros.

Nela estão incluidas as Águas do Algarve com 3.330.937,99 milhões de euros, a Algar com 1.510088,38 milhões de euros, António Joaquim Aleluia Cherondo com 543.032,93 mil euros e a Viga D’Ouro com 4.144.633,18 milhões de euros, o que perfaz um total de 9.528.692,48 milhões de euros.

Acontece que com as Águas do Algarve e a Algar, foi acordado um plano de pagamentos (um autêntico empréstimo encapotado) que a Câmara está a pagar mensalmente, com língua de palmo, só em juros:
A dívida a António Joaquim Aleluia Cherondo (pai), tudo indica que já recebeu o dinheiro com o factoring de aproximadamente de 3milhões de euros, que foi feito com a Caixa Agrícola de Messines e de que a Câmara também tem estado a pagar mensalmente, com a tal língua de palmo de juros à mistura:
À Viga D’Ouro, “não pode ser pago nada entretanto” porque existe um contencioso judicial.

Subtraindo aos 16.932.507,12 milhões, total da dívida apresentada, os 9.528.692,48 milhões, que a Câmara já está a pagar ou que “não pode pagar entretanto”, sobram somente 7.403.814,64 milhões para pagar. Mesmo assim são os 15 milhões que a Câmara pede emprestados.

Estão assim encontrados os 7 milhões e meio de euros que Isabel Soares precisa para fazer face às obras de Armação de Pêra e de São Marcos da Serra e para a campanha eleitoral.

Quando na Assembleia Municipal a deputada Socialista Ana Sofia Belchior perguntou à Senhora Presidente para onde ia o diferencial entre o empréstimo pretendido e o de facto necessário, Isabel Soares disse que a obra de Armação e outras estavam a começar ou já teriam tido início e que estava portanto encontrado o destino do diferencial.

Entretanto, a Resolução do Conselho de Ministros nº. 191-A/2008, no seu ponto no 1 diz o seguinte: “O Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado, visa garantir os pagamentos a credores privados das dívidas vencidas dos serviços e dos organismos da administração directa e indirecta do estado, das Regiões Autónomas e dos Municípios”. Daqui resulta que a lei poderá não estar a ser cumprida e cabe ao Tribunal de Contas decidir.

Pela razão que já apontei alguns parágrafos atrás não acredito que tivesse passado pela cabeça de Isabel Soares a mais leve intenção de, com o empréstimo dos 15 milhões, resolver de vez, a questão dos já acordados e em andamento, planos de pagamento com a Algar e com as Águas do Algarve, e do factoring na Caixa Agrícola com Aleluia Cherondo; aliás, as suas palavras nesse sentido, na Assembleia Municipal, ou melhor dizendo, a assumpção de tal procedimento foi terrivelmente comprometedor, quando apanhada de surpresa, (alguém estava alerta) e só após um membro da Assembleia a questionar a esse respeito, o que desmascarou logo qual o seu propósito.

----------Tem seguimento brevemente--------

Américo Cabrita

O EMPRÉSTIMO E A GOLPADA - I

N.B. Foi com agradável surpresa que tive conhecimento deste espaço aberto pelo senhor Carneiro Jacinto para que todos possam exercer os seus deveres e direitos de cidadania, em defesa dos altos interesses da nossa terra. Agradeço desde já esta oportunidade e, se os gestores deste espaço entenderem publicar os textos por mim elaborados, será com muito prazer e honra que colaborarei na iniciativa.



O EMPRÉSTIMO E A GOLPADA - I




Não constituiu surpresa alguma o facto de Isabel Soares e as três “figuras decorativas”, que a acompanham no executivo da Câmara Municipal de Silves, terem apresentado uma proposta em reunião extraordinária da Câmara, para a contracção de um empréstimo no valor de 15 milhões de euros. Assim com não foi nenhuma surpresa a votação que a mesma proposta teve, na Câmara e na Assembleia Municipal.

Surpresa, para muita gente, mas não para todos, foi e é a forma como a “Oposição”(!!!) e em especial o Partido Socialista, à boa maneira do Bloco Central, encarou e encara esta medida de Isabel Soares, que mais não é que uma grande golpada para resolver o problema que a senhora tem, neste ano de campanha eleitoral.

É do domínio público que a Câmara de Silves está falida e que Isabel Soares não tem um cêntimo para fazer qualquer obra.

É do domínio público que Isabel Soares corre o risco de perder as eleições em Armação de Pêra e demais freguesias, se não fizer as obras prometidas há vários mandatos.

É do domínio público que nunca foi preocupação da Presidente da Câmara de Silves, se deve um, dez, mil, um milhão ou vinte milhões de euros; basta olhar para os Orçamentos do Município nos últimos anos para se perceber as preocupações de Isabel Soares: a senhora nunca quis saber se os fornecedores, os empreiteiros, os comerciantes do Concelho, etc. estão com dificuldades pelo facto da edilidade não pagar a tempo e a horas.

Como é habitual, a Assembleia Municipal do passado dia 13 de Janeiro, na qual o empréstimo/golpada foi aprovado, teve uma participação diminuta de munícipes; assim sendo, deixo aqui para apreciação de todos os interessados, algumas respostas de Isabel Soares às perguntas que vários membros da Oposição (!!!) lhe fizeram sobre o pedido de empréstimo:

1. Analídio Brás da CDU: - “Tem a Câmara condições para pagar o empréstimo pretendido?”.

Resposta de Isabel Soares: - “Ainda não há muito tempo contraímos um empréstimo de 3 milhões de euros que não tendo sido pago com relativa facilidade, diria que pagámos sem problemas”.

2. Analídio Brás da CDU: - “Qual a razão porque a Câmara deixou chegar a dívida a estes valores, porque é que não pagou?”.

Resposta de Isabel Soares: - “Ora mas que pergunta, não pagámos porque não tínhamos dinheiro”.

3. Ana Sofia Belchior do PS: - “A relação das dívidas da Câmara apresentada é de 17 milhões de euros, dos quais se diz antecipadamente que os 4 milhões referentes à Viga D’ouro não são para pagar uma vez que estão em contencioso judicial; então porque se pedem 15 milhões? E o diferencial dos 2 milhões que “sobram” são para quê?”.

Resposta de Isabel Soares: - “Como saberá, após a elaboração desta lista de credores, já foram efectuados pagamentos a alguns deles, assim como todos os dias entram facturas na Câmara, para além das obras que temos em curso, nomeadamente a de Armação de Pêra, que terão que ser pagas; portanto esse diferencial tem já o seu destino”.

4. Analídio Brás da CDU: - “Na minha primeira intervenção perguntei à senhora Presidente porque se deixou chegar a dívida a estes valores e porque não foram pagos os empreiteiros e os fornecedores; a senhora respondeu que não pagou porque não tinha dinheiro e confesso que a resposta é demasiado simplista para que a possa aceitar”.

Resposta de Isabel Soares: - “A resposta é simples; se pagasse não tinha dinheiro para fazer as obras que fiz”.

5. Carlos Cabrita do BE: - “Senhora Presidente, constato que a firma de advogados PLMJ não consta da relação de dívidas da Câmara; quer isto dizer que já receberam tudo o que tinham a haver?”.

Resposta de Isabel Soares: - “Bla- bla-bla-bla-bla-bla.”.

6. Membro da Oposição: - “À semelhança do que foi feito em outras Câmaras Algarvias, tem a Câmara de Silves algum plano concelhio para fazer face à crise?”.

Resposta de Isabel Soares: -“Não temos plano nenhum; as situações serão equacionadas conforme vão aparecendo”.

Estas foram algumas das perguntas e respostas que tiveram lugar na passada Assembleia Municipal em que foi aprovado o empréstimo de 15 milhões de euros.

-------Tem seguimento brevemente -------


Américo Cabrita