28 de setembro de 2009

VITÓRIA DE PIRRO?



“O Partido Socialista obteve uma esmagadora vitória nas eleições legislativas no Concelho de Silves, obtendo mais 1.095 votos que o partido que rege os actuais destinos da Câmara de Silves”.

Estas são as palavras que lemos no blogue da Dra. Lisete Romão.

Recordo, entretanto, o que Eléonore Duse escreveu sobre a “ilusão”:

“O grande perigo que corremos, iludindo os outros, é que acabamos por nos iludirmos”.

RESULTADOS DAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS/2009 NO CONCELHO DE SILVES

PS – 5.160 votos – 30,28%
PSD – 4.065 votos – 23,85%
BE - 2.670 votos - 15,67%
CDU –2.034 votos - 11,93%
CDS -1.574 votos - 9,24%


RESULTADOS DAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS/2005 NO CONCELHO DE SILVES

PS - 8.804 - 51,35%
PSD - 3.675 - 21,44%
CDU - 1.719 - 10,03%
BE - 1.098 - 6,40%
CDS - 807 - 4,71%

Quando confrontamos os quadros das duas eleições constata-se que:
1. O Partido Socialista perdeu 3.644 votos.
2. Todos os outros partidos aumentaram a sua votação.
3. O Bloco de Esquerda passa a ser a terceira força no Concelho.

RESULTADOS DAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NAS FREGUESIAS

ALCANTARILHA
2005 2009
PS - 596 - 54,13% PS - 385 - 35,39%
PSD - 241 - 21,89% PSD - 275 - 25,28%
CDU - 73 - 6,63% BE - 151 - 13,88%
CDS - 64 - 5,81% CDS - 113 - 10,09%
BE - 60 - 5,45% CDU - 81 - 7,44%
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ALGOZ
2005 2009

PS - 745 - 50,78% PS - 490 - 30,66%
PSD - 370 - 25,22% PSD - 448 - 28,04%
CDS - 80 - 5,45% BE - 248 - 15,52%
BE - 77 - 5,25% CDS - 145 - 9,07%
CDU - 76 - 5,18% CDU - 97 - 6,07%
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ARMAÇÃO DE PERA
2005 2009

PS - 857 - 45,66% PS - 653 - 33,45%
PSD - 557 - 29,68% PSD - 604 - 30,94%
CDS - 128 - 6,82% BE - 259 - 13,27%
BE - 124 - 6,61% CDS - 214 - 10,96%
CDU - 92 - 4,90 CDU - 108 - 5,53%
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PERA
2005 2009

PS - 440 - 46,41% PSD - 296 - 29,51%
PSD - 257 - 27,11% PS - 295 - 29,41%
CDU - 80 - 8,44% BE - 135 - 13,46%
BE - 58 - 6,12% CDU - 98 - 9,77%
CDS - 57 - 6,01% CDS - 92 - 9,17%
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S. B. MESSINES
2005 2009

PS - 2426 - 55,41% PS - 1247 - 29,93%
PSD - 885 - 20,21% PSD - 925 - 22,20%
CDU - 395 - 9,02% BE - 626 - 15,02%
BE - 237 - 5,41% CDU - 539 - 12,93%
CDS - 180 - 4,11% CDS - 413 - 9,91%

S. M. SERRA
2005 2009
PS - 490 - 58,75% PS - 251 - 31,34%
PSD - 148 - 17,75% PSD - 176 - 21,97%
CDU - 79 - 9,47% CDU - 138 - 17,23%
BE - 29 - 3,48% BE - 71 - 8,86%
CDS - 26 - 3,12% CDS - 53 - 6,62%

SILVES
2005 2009

PS - 2765 - 49,46% PS - 1473 - 27,38%
PSD - 1013 - 18,12% PSD - 1098 - 20,41%
CDU - 837 - 14,97% BE - 1007 - 18,72%
BE - 438 - 7,84% CDU - 882 - 16,39%
CDS - 233 - 4,17% CDS - 445 - 8,27%
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TUNES
2005 2009

PS - 485 - 51,11% PS - 336 - 34,72%
PSD - 204 - 21,50% PSD - 243 - 23,06%
CDU - 87 - 9,17% BE - 173 - 16,41%
BE - 75 - 7,90% CDS - 99 - 9,39%
CDS - 39 - 4,11% CDU - 91 - 8,63%


Ao olharmos com atenção para os resultados das Juntas de Freguesia constata-se o seguinte:
1. O PSD só vence na Freguesia de Pêra;
2. Em Armação de Pêra e Messines, freguesias onde o descontentamento parece ser maior, o PSD aumentou a sua votação, a despeito do PIS de Isabel Soares ter andado “a borrar a opa”, no badalado apoio de praia e no convite por telefone ao seu vereador José Manuel Alves, para integrar a sua lista …em quinto lugar.

Logo após as Eleições Europeias escrevi no Post – Em Silves um Protesto sem Mudança –: “Não é líquido que se possa atribuir aos laranjas qualquer vitória, enquanto não se conseguir definir se foi um protesto ou uma vontade de mudança do povo português e isso só nas legislativas ficará claro”. Como se pode hoje verificar ficou inequivocamente definido que o povo português não quis a mudança assim com reafirmou o seu protesto ao Partido Socialista.

Disse também nessa altura que era uma estupidez os laranjas fazerem extrapolações dos resultados das eleições europeias, para as legislativas e ainda muito menos para as autárquicas.
Digo precisamente o mesmo aos Socialistas que fazem agora a extrapolação destes resultados para as autárquicas.

Chamo a atenção que no passado Domingo os Silvenses votaram no Partido Socialista e em 11 de Outubro vão votar no PLR – Partido de Lisete Romão - o que, decididamente, não é a mesma coisa.

Chamo também a atenção que no passado Domingo os Silvenses votaram no PSD/PPD e em 11 de Outubro vão votar no PIS – Partido de Isabel Soares – o que, decididamente, é substancialmente diferente.

Um Eleitor

7 de setembro de 2009

AS OPÇÕES E AS DÚVIDAS

“Onde há muito em que eleger não pode haver pouco sobre que duvidar”
(Padre António Vieira)


Falta pouco mais de um mês para que os eleitores decidam com o seu voto nas urnas, quem querem ver à frente dos destinos do nosso Concelho.

Em Silves também se votou em 14 de Dezembro de 1997.
Votávamos por um de dois homens e uma mulher de meia idade, cada um com a sua própria bagagem de gestos, de crenças, de qualidades e de fraquezas. E a nenhum deles fazíamos qualquer favor ao votar nele ou nela. Era até, um acto cheio de dificuldades.
Contudo, a nossa eleição não era muito difícil. Não existiam outras opções.

Votávamos por José Viola – o Presidente em exercício – que mais uma vez parecia não ter sabido tirar os dividendos dos seus anos no exercício de cargos políticos, que era como que o Presidente que tinha vindo do “exílio” e que todos esperariam que esse vital repouso – quase esquecido – do ritmo da vida política, o tinham cristalizado num amadurecimento de juízo de que este concelho necessitava desesperadamente, mas que tinha frustrado as expectativas de todos?

Ou, votávamos em Isabel Soares porque, durante os últimos anos tínhamos presenciado uma invasão de programas e recolhíamos desses programas uma feia colheita de decepções e fracassos por todo o concelho e Isabel Soares parecia dizer que os seus adversários só nos ofereciam mais programas? E ela no entanto afirmava, que eles iam pelo caminho errado e que estávamos a tempo de suspender o derramar de milhões de contos em programas que fracassaram?

Elegíamos José Viola ou Isabel Soares convictos de que o concelho de Silves não devia esperar por um caminho de rosas a partir de 14 de Dezembro. Os próximos 4 anos iriam pôr à prova a confiança do concelho nos seus próprios destinos, com maior intensidade que em qualquer outro período da sua história.

Dia 14 de Dezembro, o alarido, as alegações, as ameaças e os impropérios apagaram-se. Reinou a maior calma num comício eleitoral. E ninguém ajudou o eleitor a tomar a sua decisão. Deste modo – precisamente naquele mesmo instante – deveria compreender aquilo que teria de fazer durante quatro anos, mil vezes por dia, o homem ou a mulher por quem o eleitor votaria. E nesse momento, tocou ao eleitor decidir. A sua decisão, como se toda a gente dependesse disso foi por Isabel Soares – 6.604 votos.
…E agora?

A escolha em 1997 não era difícil, até porque não haviam outras opções. E que opções haviam em 2001 e 2005? E que opções existem em 2009, diferentes das que se apresentaram ao eleitorado nos últimos 12 anos?

À excepção da estreante Rosa Palma, candidata da CDU, os demais concorrentes Carlos Cabrita e Lisete Romão repetem a aventura de 2005 e Isabel Soares vai a votos pela 5ª. vez. Há porventura dúvidas de que as opções, mais uma vez, não existem?
Perante um quadro desta natureza, para quem percebe as reais intenções políticas de Isabel Soares ou de Lisete Romão, não terá certamente qualquer dúvida de que nem uma nem outra merecem a confiança dos Silvenses.
Quem tem memória e conhece a realidade do Concelho, não tem dúvidas de que com “Cravos” ou com “Rosas” os Comunistas, jamais voltarão ao poder em Silves, terão até muita sorte se conseguirem manter um lugar na vereação.
Ninguém terá dúvidas da seriedade do Eng.º Carlos Cabrita e da honestidade das suas propostas ao concorrer mais uma vez às eleições em Silves e, a adesão de ex-autarcas de outros partidos às suas listas tem mais significado do que parece; há quem diga até que a sua lista é o início ou o prenúncio de uma real candidatura unitária de esquerda. Assim sendo, parece que ninguém terá já qualquer dúvida de que embora em representação do BE, ou também por esse facto, Carlos Cabrita vai mesmo ser eleito como vereador da Câmara de Silves.

Um eleitor